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Santa Rita Durão: conheça o criador do poema épico “Caramuru”

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Santa Rita Durão: um dos maiores destaques do Arcadismo Brasileiro

Desde já, Frei José de Santa Rita Durão é um dos grandes nomes da literatura colonial brasileira e é uma figura cuja trajetória está profundamente interligada à história literária e religiosa, tanto de Portugal quanto do Brasil.

Nascido em 1722 na região de Mariana (MG), Durão foi um religioso agostiniano, orador e poeta que deixou sua marca tanto no Velho quanto no Novo Mundo, com uma obra permeada por valores neoclássicos e pioneirismo indianista.

Sendo assim, podemos afirmar que sua vida e obra transcendem as fronteiras geográficas, culturais e literárias, Sob o mesmo ponto de vista, a análise de sua trajetória permite compreender a evolução do pensamento literário no Brasil colonial, bem como as influências europeias que moldaram a literatura de seu tempo.

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Sumário

Biografia de Santa Rita Durão

A princípio, Santa Rita Durão nasceu em um pequeno distrito mineiro que, assim como outros da região, estava profundamente enraizado no ciclo da exploração aurífera do século XVIII.

Nesse sentido, a busca incessante pelo ouro foi uma força motriz que impulsionou o desenvolvimento de Minas Gerais na época e que, ao mesmo tempo, fez Durão crescer em um ambiente onde a mineração, o comércio e a religião tinham muita influência sobre a comunidade.

Aliás, desde muito jovem, ele foi exposto à religiosidade e à educação formal, o que lhe deu as ferramentas necessárias para sua futura jornada intelectual, espiritual e artística.

Aos dez anos, Durão foi enviado para o Colégio dos Jesuítas no Rio de Janeiro, uma das principais instituições de ensino da época. No local, iniciou sua formação religiosa e acadêmica, adquirindo uma sólida base em filosofia, teologia e humanidades, áreas do conhecimento que continuariam a moldar sua vida.

Posteriormente, aos 11 anos, ele foi enviado à Europa para continuar seus estudos, onde ingressou na Ordem dos Agostinianos e desenvolveu uma carreira religiosa fascinante. Em determinado período, estudou na Universidade de Coimbra, onde se doutorou em Filosofia e Teologia, consolidando-se como uma das mentes mais brilhantes de sua geração.

Carreira política e religiosa de Santa Rita Durão

Durante o século XVIII, o contexto político e religioso de Portugal foi marcado por profundas transformações, especialmente sob o governo de Marquês de Pombal, que implementou reformas anticlericais e anti-jesuítas.

Santa Rita Durão, um defensor da tradição e dos valores religiosos, se encontrou vivendo em um cenário político complicado. Consequentemente, a perseguição promovida por Pombal contra os jesuítas afetou profundamente a sua vida, forçando-o a abandonar Portugal e a buscar refúgio em outros países europeus.

Durante o exílio, Durão passou mais de 20 anos em Roma, onde trabalhou como bibliotecário, uma posição que lhe permitiu manter-se conectado com a literatura e com os estudos teológicos. Aliás, esse período de afastamento do seu país de origem também foi um momento de intensa reflexão e produção intelectual, onde ele criou a sua obra mais importante: “Caramuru”.

Após a queda de Pombal e a restauração dos valores passadistas, Durão retornou a Portugal, onde publicou seu best-seller em 1781 e dessa maneira, consolidou seu nome no cenário literário.

A importância de Santa Rita Durão para o Arcadismo Brasileiro

Ademais, dentro do contexto literário do Arcadismo, Santa Rita Durão é uma figura de destaque por sua capacidade de aliar a tradição épica clássica com as peculiaridades do Novo Mundo.

Aliás, também conhecido como Neoclassicismo, este movimento literário buscou reviver os valores greco-latinos, com uma ênfase na simplicidade, na razão e na harmonia com a natureza. Ao contrário do Barroco, que exaltava a emoção e a complexidade, os árcades buscavam uma escrita equilibrada e contida.

Sendo assim, a escolha de Durão pelo gênero épico não foi acidental, pois o mesmo era visto como uma forma literária ideal para exaltar feitos heroicos, bem como celebrar a história de um povo.

Nesse sentido, ao trazer para o centro de sua narrativa o índio e o colonizador, Durão dialoga com os ideais árcades, mas também antecipa elementos que seriam fundamentais para o Romantismo brasileiro, como o nacionalismo e o indianismo.

Outro aspecto importante de suas obras no contexto do Arcadismo é a valorização do campo em oposição à cidade. Isto é, os árcades acreditavam que a vida simples no campo, em harmonia com a natureza, era superior à vida caótica e materialista da cidade.

Esse ideal está presente em “Caramuru”, que celebra a simplicidade e a pureza dos povos indígenas em contraste com a complexidade e os vícios da sociedade europeia.

Ao mesmo tempo, Santa Rita também idealiza a figura feminina, seguindo a tradição árcade de exaltar a beleza e a virtude da mulher, como no caso da personagem “Paraguaçu”, a esposa indígena de Diogo Álvares Correia.

O poema pioneiro do indianismo brasileiro: Caramuru

Primordialmente, esta é considerada a obra-prima de Santa Rita Durão e um dos principais alicerces do Arcadismo brasileiro. O poema épico, composto por dez cantos, narra a história de Diogo Álvares Correia, o náufrago português que, após sobreviver a uma tragédia na costa da Bahia, é acolhido pelos índios Tupinambás.

Nesse sentido, o poema segue a vida do personagem, que é batizado pelos nativos como “Caramuru”, um nome que, na obra, simboliza a ideia de “filho do fogo” ou “filho do trovão”. A narrativa, inspirada nos moldes clássicos das epopeias gregas e latinas, incorpora elementos da mitologia indígena, bem como celebra a fusão das culturas europeias e locais no Brasil.

Embora fortemente influenciada pelo estilo de Camões e outras referências neoclássicas, Caramuru também antecipa aspectos do Romantismo brasileiro, ao valorizar elementos nacionalistas e indianistas.

Todavia, ao destacar o índio como um personagem central e heroico, o escritor abre caminho para o desenvolvimento de uma literatura que se voltaria para a celebração do indígena como símbolo da identidade nacional, isto é, uma característica marcante do movimento romântico que ganharia força algumas décadas depois.

Além de seu valor literário, Caramuru também desempenhou um papel importante no fortalecimento da identidade brasileira, durante o período em que o país ainda estava sob o domínio colonial.

Conheça o distrito de Santa Rita Durão em Mariana (MG)

Localizado a cerca de 32 km do centro histórico de Mariana, este distrito, que também faz parte da Estrada Real, nasceu por conta da busca por ouro no século XVIII. Originalmente chamado de “Inficionado”, devido a pouca quantidade de ouro encontrada nas águas da região, o local, posteriormente, mudou de nome por ter sido a terra natal do poeta.

Ademais, o distrito é um exemplo típico de um povoado mineiro do período colonial, com suas paisagens naturais exuberantes e arquitetura clássica. Certamente, a localidade oferece uma experiência única para os visitantes, que podem ver e conhecer de perto seu artesanato tradicional como trabalhos em taquara, crochê, tricô, bordado e muito mais.

Além disso, as manifestações culturais também desempenham um papel importante no distrito. Como por exemplo, a Festa da Padroeira Nossa Senhora de Nazaré, que é realizada na primeira semana de setembro e é o principal evento religioso da localidade.

A festividade inclui missas, leilões e apresentações culturais, além das tradicionais paradas de 7 de setembro, organizadas pela Escola Municipal Sinhô Machado. Tendo isso em vista, essas celebrações reforçam o sentimento de pertencimento e a importância da cultura local para os moradores e visitantes.

@minasvistodecima A Igreja Matriz de Nossa Senhora de Nazaré, em Santa Rita Durão – Mariana – MG, foi tombada por sua importância cultural. . . . . . . #mg #minas #minasgerais #tiradentes #Brasil #fyp #viral #drone #tiktokbrasil #cidadeshistoricas #video #igrejas #brasil ♬ Epic Moment – Unay

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Além de toda a sua rica história e tradições culturais, o avanço tecnológico e a conectividade também são muito importantes para o distrito de Santa Rita Durão.

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